terça-feira, 28 de dezembro de 2010


"O casal perfeito talvez seja aquele que não desiste de correr atrás do sonho e, apesar dos pesares, a cada dia se escolheria novamente, amém."


Lya Luft

"Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada."


Eduardo Galeano

"Como se vive num mundo tão hipócrita tendo tanta verdade dentro do coração?"


Tati Bernardi

"Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar tão docemente."


Clarice Lispector in Perto do coração selvagem

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010


"Porque quando você ficou nervoso porque queria me dizer que naquele minuto não estava me amando porque você acha que amor é isso além do que você pode. Amor é só o que você já estava podendo."


Tati Bernardi in A louca do jardim

Desafio dos Sete


A Luciana Mira, uma queridona do blog Queira tocar o céu, me passou esse desafio (que cá entre nós, não é tão fácil assim). E só pra constar, eu adoro o blog dela, visitem! haha
Então vamos ao desafio, para vocês saberem um pouquinho mais de mim.


Sete coisas que eu tenho que fazer antes de morrer

1. Conhecer vários países
2. Escrever um livro
3. Pular de pára-quedas
4. Visitar crianças doentes e arrecadar presentes para elas
5. Visitar um campo de concentração (pode parecer bizarro, mas me interesso muito pelos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial)
6. Aprender a falar francês
7. Ter filhos


Sete coisas que eu mais digo
1. Sério? Não acredito!
2. Fiquei de pokerface
3. Que porra é essa?
4. Ah, claro, senta lá
5. Amei!
6. Se toca
7. Mara!

Sete coisas que eu faço bem

1. Escrever
2. Ajudar, escutar ou aconselhar
3. Dançar igual doida
4. Maquiagem
5. Desenhar
6. Dormir
7. Falar de Deus


Sete defeitos

1. Ser dorminhoca (durmo até a hora que der)
2. Chegar quase sempre atrasada
3. Acreditar demais nas coisas (boto toda a minha fé em coisas ou pessoas que podem dar furada)
4. Não saber fazer piada (eu acho que é defeito, haha)
5. Não saber fazer social quando não tô a fim
6. Ser sincera
7. Não saber mentir bem


Sete qualidades

1. Intensa (sinto de maneira profunda)
2. Amiga
3. Acredito na parte boa das pessoas
4. Sorrir sempre
5. Sincera
6. Afetiva
7. Otimista


Sete coisas que eu amo

1. Família
2. Literatura (ler/escrever)
3. Estar com os amigos
4. Beijar na boca
5. Dançar
6. Rir
7. Assistir Grey's Anatomy


Sete indicados


Obrigada pelo desafio Luciana, foi mesmo bem interessante! E aos novos escolhidos, deixo a chance de mostrarem um pouquinho quem são!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


"A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada."


José Saramago

"Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo."


Ana Jácomo

"A imperfeição é bela, a loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo do que absolutamente chato."


Marilyn Monroe

"E que graça teria a vida se só houvessem dias ensolarados e amigos equilibrados?"



Aurélia Vasconcelos

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


'Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.'

- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar? - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti.
E tu não tens necessidade de mim.

Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.

E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Antoine de Saint Exupéry in O pequeno príncipe


"Não sei se as pessoas choram de forma diferente umas das outras, eu choro contraída, como se alguém estivesse perfurando minha alma com uma lâmina enferrujada, choro como quem implora, pare, não posso mais suportar, mas o insuportável é uma medida que nunca tem limite, eu chorei no domingo, na segunda, na terça, em várias partes do dia e da noite, um choro de quem pede clemência, de quem está sendo confrontado com a morte, eu estava abandonando uma vida que não teria mais, eu sofria minha própria despedida, morte e parto, eu tinha que renascer e não queria, não quero, sinto que caí num vácuo, perdi a parte boa da minha história, e não quero outra, enquanto choro penso que se alguém me visse chorar dessa maneira me salvaria, prestaria socorro, chamaria uma ambulância, eu nunca vi você chorar, você alguma vez chorou por mim, você sofre a minha ausência, sente minha falta? Estar sozinha nessa aflição me condói de mim mesma, é o labirinto do inferno, não há saída, não há saída, você não está me esperando lá fora, nem hoje, nem amanhã, você não vai fazer nenhum gesto para me resgatar, e se fizesse, eu não estenderia minha mão, e é isso que me faz descrer de tudo, eu sei que acabou, eu estava infeliz ao seu lado, eu estou infeliz sem você, mentira, eu era feliz ao seu lado, e nem sei se a palavra é essa, feliz. Felicidade é um resumo fácil, uma preguiça de investigar o muito mais que nos ergue diariamente, na época era o que me bastava, eu sabia onde estava e com quem, eu não estou infeliz, eu só estou perdida e não consigo mandar nenhum S.O.S., ninguém sabe onde estou, largaram meu corpo em cima dessa cama e ninguém me procura. "



Martha Medeiros in Fora de mim

domingo, 19 de dezembro de 2010

Verdade não-dita

Imagem: Anna Gatilo


Porque para mim sempre foi oito ou oitocentos, eu queria explicar. Porque sou extremista por natureza e ando fazendo uma força excepcional e sobrenatural pra não ir embora para sempre. Porque hoje me deu uma vontade louca de fugir de tudo isso tão nosso que ninguém mais pode dar e começar uma coisa nova. Mas nada. Olho para seus olhos meio tristes e o sorriso meia-boca conformado (seu, inteiramente seu) e dou o pior dos meus piores sorrisos. O sorriso que cala ao sentir a vontade consumista de gritar. E é só isso, nesses dois minutos parados. Nesse tempo em que estamos nos olhando como se tivéssemos algo nas mãos, e fôssemos totalmente responsáveis por isso que queremos jogar em qualquer canto e fingir que nunca existiu. E seguramos juntos toda essa manta que tecemos de mãos próprias para nos escondermos da rotina e que agora só consigo pensar em queimar. Em dar embora, jogar em qualquer latão na rua e correr.
Porque eu não sei conviver com a idéia do não-ter, é o que se passa na minha cabeça de quem pensa que viveu 17 anos em 127 dias. E de quem já cansou de tanto querer pessoas inatingíveis. Alguém me explica como parar de querer? E olha, isso é um saco, deixo também de dizer quando o que transparece nos olhos simplifica. Um suspiro imenso pra arrancar todo o ar do peito, daqueles mais fundos que se pode dar, tentando expulsar tudo o que ficou de você aqui dentro. Porque, que droga, eu não quero mais. Porque eu não sei fingir e sou só a doida de pedra que fala tudo o que pensa mas que cala quando vê seus olhos de tristeza. Que desiste só porque dói abandonar os olhos dotados da capacidade de me fazer largar todas as armas e auto-defesas de que preciso pra ser corajosa - pra ser eu mesma. E só fica o choro baixinho no escuro que ninguém vê e a vontade de se mudar para o Alasca. A falta é uma péssima companhia pra mim e o conformismo enfiado recentemente na minha cabeça é o que mais me deu medo até agora, em toda a minha vida. Você entende? Não, você não entende. Você é só o cara que gosta de me contrariar e que acha os fins as coisas mais normais do mundo. Não esse fim. Não o fim que poderia não ser o fim, compreende? Sem chances de eu tentar te explicar.
Afinal eu sou só a que tem vontade de correr mil e quinhentos quilômetros com a pseudo certeza de que esse tipo de pensamento jamais me seguiria. A que tem vontade de sumir, de se tornar invisível e voltar e recomeçar e inventar. A que adora sentar em cima das coisas que dão errado e ter pequenos surtos de amnésia só para recomeçar sentindo que, dessa vez, tudo dará certo. A que não sabe fingir, que não sabe mentir, que não faz social e nem pose de madame, a que não tem medo de mostrar quem é. Nem que isso afaste todos os seres vivos do planeta de perto de mim. E por incrível que pareça, o que mais me dá medo é querer deixar as coisas como estão entre a gente. Brincar como se isso não me matasse um pouquinho por dentro. Concordar com tudo num 'fazer-o-quê?' sempre mal-estruturado. Não, nao sou eu. Quem é essa estranha que te quer por perto mesmo com suas palavras mornas que nada amenisam o susto de perder? Quem é essa que tomou meu lugar, que acredita que o que vier é bom, que tudo isso é uma maravilha do jeito que está? Cadê eu nessa história?
Eu tô segurando o que construímos com as duas mãos e te olhando nos olhos como tarefa árdua. E você segura a outra ponta já esperando meu surto pré-determinado de ir embora com aquele sorriso que bem conheço de achar tudo sempre legal, tudo sempre bom como está. E eu quero gritar no seu ouvido que não tá legal, que nada disso pode ficar assim, e que eu jamais vou ser aquela que aceita tudo o que a vida joga no meu prato. A que não engole o que vier, a que reclama das coisas fúteis e de pessoas que mantêm o sorriso do 'fazer-o-quê?' entre as orelhas. E me dá a vontade de te sacudir e te mandar jamais ser morno de novo, jamais não esperar mais nada dos seus dias, jamais me deixar ir embora do jeito que eu tô querendo ir nesse exato momento. E como um boneco, uma estátua, você continua parado com olhos de ressaca e com toda essa coisa que jamais será amor e jamais será amizade nas suas mãos como se o tempo desse um desfecho perfeito em tudo. Chega! Eu quero ir embora! Eu sou intensa, sou maluca, e a única maneira que conheço de viver é sentindo como golpes todos os sentimentos de cuidado, carinho ou proteção que atiram contra mim. Ou eu amo e sinto, ou não me importa e não sinto. Mas morno é o que mata, ficar parada é o que destrói. Esperar eu não sei fazer, e não há santo que me ensine. Não peço mais nada, não cobro mais nada, não espero mais nenhum ato ou palavra de salvação pra gente. E essa é a parte de mim que desconheço. Conviver com uma estranha dentro de mim é trezentas vezes pior do que conviver com a sua mansidão diante da vida. E tudo isso é sobre mim, não sobre você.

Clarissa M. Lamega

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


"Por mais flores e risos, e beijos e carinho e, droga, compreensão mútua e ma-tu-ri-da-de. Por mais apaixonado, por mais legal. Para mim, nunca."


Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


"Porque eu te encontrei, da forma mais esdrúxula e inesperada. E me apaixonei pelo cheiro e pelo balanço meigo e suave dos seus quadris. E como duas sacolas plásticas que se enroscam na cidade, no meio do caos, movidos por um breve redemoinho pré-chuva, a gente resolveu que ia se amar. E ninguém sabe melhor sobre nós, que nós. Ninguém poderia me dar um só argumento pra que eu devesse ficar com você. Quem dirá essa gente lá fora, cheias do Complexo de Romeu e Julieta."


Gabito Nunes in Guarda-chuva


"Sei viver sem você, oficialmente falando. Mas eu não quero, não vou. Eu poderia te dizer aquelas doces mentiras sinceras - 'Você-é-minha-vida', 'Não-sei-o-que-seria-da-minha-vida-sem-você' ou todo esse tipo de porcaria que a gente diz no calor da hora. As pessoas são assim, dizem que não sabem viver sem você. Depois aprendem e esquecem de comemorar contigo. E deixam vazio o lugar que sempre será delas. Eu não, simplesmente estou aqui. De vez em quando sujo, entediado, agressivo, mal-humorado, triste, calado e chato. Mas aqui."


Gabito Nunes in Guarda-chuva

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010


"Respiro aliviada e sugo o máximo de você, pra ter a certeza absoluta de que não é você. Não sonhei com você. Não quero passar minha vida ao lado da pessoa mais estranha do mundo. Imagina só ficar grávida de um homem que tem pavor de mulher com enjôo? Imagina só ficar velha ao lado de um homem que tem pavor da vida óbvia, cotidiana e imperfeita? Eu viveria infeliz.
Não é você. E lá vem você me perguntar porque é que estão todos casando, e falar pela trigésima vez que você vai acabar sozinho e não deve nada a ninguém. E lá vem você me olhar apaixonado e, no segundo seguinte, frio. E me falar para eu não sofrer e para eu ir embora e para eu não esperar nada e para eu não desistir de você. E eu me digo que não é você. (...)
Me despeço, já sem aquela dor aterrorizante, das partes de você que mais amo. Ainda que eu nem te ame mesmo. E me despeço das partes da sua casa que eu mais amo. Ainda que nada disso seja amor."


Tati Bernardi in Eu nem te amo mesmo

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


“Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem a sensação de que sempre esteve aqui, quando eu sei que não estava. Conta por que nada do que diz sobre você me parece novidade, como se eu estivesse lá, nos lugares que relembra, quando eu sei que não estive. Conta onde nasce essa familiaridade toda com os seus olhos. Onde nasce a facilidade para ouvir a música de cada um dos seus sorrisos. Onde nasce essa compreensão das coisas que revela quando cala. Conta de onde vem a intuição da sua existência tanto tempo antes de nos encontrarmos. Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem o sentimento de que a sua história, absolutamente nova, é como um livro que releio aos poucos e, ao longo das páginas, apenas recordo trechos que esqueci. Conta de onde vem a sensação de que nos conhecemos muito mais do que imaginamos. De que ouvimos muito além do que dizemos. De que as palavras, às vezes, são até desnecessárias. Conta de onde vem essa vontade que parece tão antiga de que os pássaros cantem perto da sua janela quando cada manhã acorda. De onde vem essa prece que repito a cada noite, como se a fizesse desde sempre, para que todo dia seu possa dormir em paz. Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem essa repentina admiração tão perene. De onde vem o sentimento de que nossas almas dialogavam muito antes dos nossos olhos se tocarem. Conta por que tudo o que é precioso no seu mundo me parece que já era também no meu. De onde vem esse bem-querer assim tão fácil, assim tão fluido, assim tão puro. Conta de onde vem essa certeza de que, de alguma maneira, a minha vida e a sua seguirão próximas, como eu sinto que nunca deixaram de estar. Conta pra mim por que, por mais que a gente viva, o amor nos surpreende tanto toda vez que vem à tona.”


Ana Jácomo



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Indicação de Marcos Ferreira. Obrigada, achei lindíssimo *-*

"Hoje acordei inteira. Migalhas? Pedaços? Não, obrigada. Não gosto de nada que seja metade. Não gosto de meio termo. Gosto dos extremos. Gosto do frio. Gosto do quente (depende do momento.) Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo. Não gosto do morno. Não gosto de temperatura-ambiente. Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada. Por favor, nada de pouco quando o mundo é meu. Não sei sentir em doses homeopáticas. Sempre fui daquelas que falam "eu te amo" primeiro. Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás. Sempre dei a cara à tapa. Sempre preferi o certo ao duvidoso. Quero que se alguém estiver comigo, que esteja. Mesmo que seja só naquele momento. Mesmo que mude de idéia no dia seguinte."


Fernanda Mello

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Nas ondas do teu mar


Sabe aquela onda gigantesca e avassaladora que te dá um caldo na praia toda vez que você se atreve a encarar o mar? De nariz empinado, vai pulando as ondinhas toda serelepe até encontrar aquela de dois metros e meio que te faz rolar, tira seu biquíni do lugar e ainda por cima acaba com a sua pose de boazuda. É, nos últimos meses eu venho sendo afogada por essa maré de desespero com espumas de histeria que você é. E sempre que me sinto na maior, com o controle da situação, tua força imensa arrasta minhas pernas do lugar pra me mostrar mais uma vez o quanto eu fico fraca, burra e carente perto do seu sorriso incerto. É sempre a ladainha do querer-e-não-poder e do psicopensamento tô-nem-aí-pra-você, e você com cara de tacho demonstrando o quanto pode ser idiota, o quanto se engana com o que pensa querer e na verdade não quer. Pô, até eu sei que você não quer inisistir nisso. Até a louca, desvairada, carente e obsessiva por orkut da ex e por colo sabe que não vai dar certo. Será que, além de repetir cento e cinquenta vez 'não vai dar certo' pra mim mesma em pensamentos frágeis todos os dias, eu preciso gritar isso pra você também? E agora, dá pra você parar de ser o maremoto e se tornar uma daquelas ondinhas inofensivas de beira de praia? Eu tô tentando, pô. Colabora pra eu ter uma repentina amnésia amorosa.
Você é a onda de calor, a maré do afeto, o tsunami que não deixa sobrevieventes pelo caminho. Você é a água geladinha que dá só pra molhar os pés, porque a água na cintura já se torna perigosa. Suas mãos na minha cintura se tornam perigosas. E como um barquinho na tempestade, imersa em teus olhos, me deixo afundar. Em transe, em estado de anomalia, maluquinha da silva, te busco. E te procuro em lugares em comum, nas ruas da cidade, na tua voz chamando meu nome. Te espero na porta lá de casa, e ainda digo "vamos lá, pode entrar, ondinha". Mas você não é onda, você é gigante e forte feito maremoto. Você não entra: invade. Invade a casa, o pensamento, a razão, o coração. Até tudo ficar imerso no teu mar, até eu querer me perder pra sempre no cantinho do seu sorriso safado. E lá vem você de novo me chamando pra bater um papo comum pra saber como eu tô. Pra descobrir se você ainda tem o poder sobenatural de arrancar meu medo, de me fazer andar aos pulinhos e te querer muito. E te querer sempre. E sentir falta do seu cabelo bagunçado, das suas mãos desajeitadas e dos olhos analíticos super curiosos a me observar. Sim, você consegue fazer isso. Um aviso, então: não precisa mais tentar, você já sabe que dará certo.
E em todas as vezes você me fez feliz. Em todos os momentos, aquele carinho nas costas e o cheirinho no pescoço se sentiram dignos de serem exibidos mundo afora. Eu, com sorriso quilométrico de orelha a orelha, mergulhando no tsuname como patinha boba. Levando os maiores caldos da história da humanidade, me afogando um pouquinho mais a cada dia na tua água, e sempre à postos quando ouço tua voz me chamando. E eu te juro que nesses dias todos a única coisa que eu mais queria era ser menos sensível com você, e mais sensível comigo. Fugir dos teus braços como se foge de macumba, fugir da perdição da tua boca pra afastar toda a ressaca do dia seguinte. Sair daqui sem me embolar no arrastão que você faz dentro de mim, sem levar pedaços meus a cada baque mais forte das tuas ondas no meu peito. Mas colabora, vai, queridinho. Tá chegando o fim do ano, a época de pular as sete ondinhas e de fazer um pedido a cada onda. Me deixa pular a sua também, transpassar e fazê-la ir embora. Me deixe passar ilesa por ela, pra que na virada do ano um dos meus pedidos não seja te ter novamente. Colabora, deixa eu ser corajosa, deixar pra trás, e seguir em frente. Mais ondas virão, eu tenho certeza. Então deixe de ser tempestade, e me ajude a fazer do maremoto uma onda sutil. Tudo o que dói, dói porque é capaz de mexer lá no fundo da gente. Que você se torne arredio e escorra como água nos dedos, pra enfim me fazer desistir de te segurar. E que você também não sinta mais falta da minha preocupação persistente pra que você seja feliz. Que meu pedido nesse novo ano seja pra que as águas se renovem numa paz plena de felicidade. Me deseje coisas boas também: Deus me emprestará Seus olhos pra te vigiar e me contar se você está sorrindo da maneira que prometeu, pra eu poder seguir em frente. Sem culpa.



Clarissa M. Lamega

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


"Popó certa vez disse, em uma entrevista, que na hora a pancada não dói, só dói no dia seguinte. Por que seria diferente com ele, se com todos nós funciona assim?"


Martha Medeiros in A pancada no dia seguinte (Coisas da vida)

"[...] Ela lamentava um amor arrancado a fórceps de dentro dela. Seu homem se fora. Doía no século 17, dói no terceiro milênio, certas coisas não mudam. "


Martha Medeiros in Ai de mim (Coisas da vida)

terça-feira, 30 de novembro de 2010


"Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas do tipo 'leve dois, pague um', também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas."


Martha Medeiros in Interrompendo as buscas (Coisas da vida)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


"Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.”

Rubem Alves

"Não há nada que nos dê mais segurança emocional que não 'precisar' dos outros, e sim contar com os outros para aquilo em que eles são insubstituíveis: companhia, sexo, amizade, conforto. Se ainda não atingiu esse estágio, suba num cavalo imaginário e dê seu grito do Ipiranga. Ficar amarrado à vida alheia faz você viver menos a sua. Nada de se fazer de desentendida só para não se incomodar. Incomode-se. Dependência é morte."

Martha Medeiros in Dependência ou morte (Coisas da vida)

" Não me falta homem, o que me falta é amor."



Marilyn Monroe

"Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica."


Caio Fernando Abreu

"Como é precioso o teu amor e a tua amizade, o teu poder de amenizar as minhas dores, de potencializar as minhas singelas qualidades, de fazer graça pra diminuir a tensão, de me emprestar seus erros pra me poupar de algumas experiências traumáticas e de compartilhar comigo seus sonhos secretos pra me incentivar a sonhar também."


Aurélia Vasconcelos

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


"É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe."


Tati Bernardi

"Amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. De alguma forma a gota de chuva aparecerá de novo, o vento permitirá que velejemos de novo, mar afora. Morte e ressurreição. Na dialética do amor, a própria dialética do divino. Quem não pode suportar a dor da separação, não está preparado para o amor. Porque o amor é algo que não se tem nunca. É evento de graça. Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta, a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro."


Rubem Alves

"Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim."


Marilyn Monroe
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Em homenagem às minhas amigas pra sempre!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Deixa, deixa ir


Guarda um segredo: às vezes, é preciso se desprender do que deseja para descobrir o que merece. - Renata Carneiro


Como se aprende a se conformar com as coisas? É isso, só isso que eu preciso saber. Não sei aceitar, não entrego uma luta de bandeja e muito menos finjo estar tudo bem - eu não sei fingir. Não sei como dizer "olha, eu quero muito, muito, muito, mas...". O "mas" é o que me horroriza. Para mim, não existem "mas", e se eu realmente quero, me sinto digna da tentativa até não restar nenhum farelo de chance. Como deixar ir embora sem levar junto um pedaço a cada olhar, a cada letra de música, a cada palavra, a cada vontade engasgada? Pois eu, eu só penso em você.
Não se deixe levar assim, não. Olha, veja bem dentro dos meus olhos aquela que surta por medo de que acabe tudo agora, mas que ao mesmo tempo cala por medo de que nada acabe e que o que continue seja doloroso para os dois. Segura a minha mão, ó. Veja como ela fica firme quando tem a sua junto dela. Veja como eu sorrio, como eu abaixo a cabeça pensando que você é, ao mesmo tempo, a melhor e a pior coisa que poderia me acontecer agora. Escute meus adjetivos estúpidos de "idiota, tosco, retardado", e repare que por trás deles existe um tom meio melodramático de "te quero sempre, sempre bem". Olho para o seu cabelo meio sem sal, a sua indecisão atrevida e angustiante, sua maneira de não dizer nada até o sufoco pregar uma peça e se ver obrigado a confessar tudo - que não dá pra ficar longe, que com a voz perto do ouvido, um olho-no-olho e uma mão disfarçada na perna fica cada vez melhor - e penso que nunca mais quero desistir de você. Volto para casa com o coração latejando e ardendo, e me sentindo tão, mas tão grande que mal poderia passar pela porta. Que seguiria meio em transe até o quarto para ouvir a mesma música que, desafinado, você cantava baixinho. E sinto um peso tão grande no peito por ter que largar tudo isso, por ter que desistir do que tira o fôlego mas que também traz uma maré de borboletas no estômago.
Como deixar seguir, tocar o barquinho sem ter vontade de se jogar no mar? Como não ser louca quando é você quem me olha bem dentro dos olhos e me sorri daquela maneira que me deixa constrangida? Como se conformar em fazer voarem pra longe suas piadas sem graça que só você ri? "Vai, minha filha, deixa ir embora", me ordeno olhando no espelho pra ver se aprendo a ser gente normal que sabe a hora de trancar a porta. De parar. Pra ver se aprendo a não esperar mais nenhuma mensagem à noite, não esperar nenhum sinal de vida, não querer escutar nenhuma palavra a mais. Pra comprovar que sou forte e que a falta é passageira. Eu sou forte, eu sei, eu sei. Vai ver é por isso que me torturo tanto: já sei que sou forte feito pedra, mas quero ser molinha feito o colchão da sua cama. Queria ceder, sentir o mix que é sofrer e amar, sem me privar tanto de ouvir tua voz. Mas não, não dá. "Todos os seus amigos estão esperando e torcendo pra que você seja durona, pra que supere numa boa, pra que eles não precisem mais escutar a mesma conversa sobre os dias em que ele aparece e te deixa com o coração na mão", diz a vozinha irritante na minha cabeça. Então é isso ser forte? Deixar de buscar aquilo que mais me faz amar a vida porque também é o que mais me faz perder o ar? Ora, me poupe, racionalidade do caramba! Vá pastar. Não é do meu caráter deixar coisas boas irem embora. E te juro, que a minha vontade era segurar seu rosto, cara, olhar pra você e dizer bem devagar que... O que, vozinha? Não falar pra ele faz parte do processo mesmo? Ah tá, então deixa pra lá. Difícil ser forte.


Clarissa M. Lamega

"Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti."


Caio Fernando Abreu

"(...) E olhar para ele, com o seu sorriso misturado de pior e melhor pessoa do mundo. E olhar o brilho dos seus olhos sem saber se vinha da alma ou da lente de contato. Enfim: olhar e me sentir errando tanto e acertando muito. Isso tudo fazia valer os últimos dez, quinze ou quarenta dias sem saber se ele estava ou não vivo. Era um jogo estúpido, mas o brindezinho que eu ganhava no final justificava os dias de luta perdida."


Tati Bernardi

segunda-feira, 22 de novembro de 2010


Foto: Marcin W.

"E você enche a boca orgulhoso pra falar das suas atitudes distintas, contra-modistas, então ouve isso: cuida direito dessa menina, rapaz. Mas para sacar isso, talvez nem passando outros 500 dias com ela. Então era isso e uns tapinhas nas costas. "

Gabito Nunes in Outros 500 dias (com ela)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010



"Você sabe que não sou mulher de arrependimentos, de olhar pra trás, essas coisas. A gente tem que mirar no alvo e atirar, pronto, foi. A flecha não volta. Se acertamos ou erramos, não tem volta. Foi assim que levei a vida sempre."


Martha Medeiros in Tudo que eu queria te dizer


"Descobrimos que o interruptor que faz a vida acender esteve o tempo inteiro no nosso próprio coração."

Ana Jácomo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Foto: Mariana Xavier

“Quis evitá-lo achando que era o correto a fazer, mas compreendi que estava enganada. Sou levada a você, qualquer direção que eu tome. Você é uma das poucas coisas que são certas na vida.Todos dizem que é burrice minha insistir contigo, porque você não tem mais conserto. Que é feio, tosco, gritante, cabeludo, um grande equívoco de minha parte. Mas você é apenas humano. Quem sou eu para querer corrigi-lo?
Erro meu, confesso que preciso de você, mesmo reconhecendo que isso parece ser uma falha. Mas não é fácil. Aceitá-lo como inevitável em meu destino, e fundamental em minha história, é sinal de que estou no caminho certo.

Fernanda Young


Foto: Gilad Benari

Eu? Eu não sou somente boa. Sou uma pessoa muito bonita. Generosa e linda – e quem agüentar, agüentou. Como prêmio, terá meu amor. Saberá da minha verdade. Dará boas gargalhadas. Mas terá que suportar uma boa dose daquilo que sinto. Pois, apesar de tudo ser diversão, nada é simples. Nada é pouco quando o mundo é o meu.”

Fernanda Young

Foto: Mariana Xavier


"Os dias se interrompiam quando ele ia embora. Recomeçavam apenas no mesmo segundo em que tornava a chegar.

Não sei quanto tempo durou. Só comecei a contar os dias a partir daquele dia em que ele não veio mais."

Caio Fernando Abreu in Onde andará Dulce Veiga?


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Não vou mais escrever sobre amor


Eu me decidi a parar de escrever sobre amor, porque se eu não parar de escrever eu não conseguirei parar de desejar que a gente dê certo. Não, não vai dar. Não vou escrever sobre amor porque tô é cansada de chorar e preciso celebrar ao mínimo uma - das tantas - coisas que eu sei que são preciosas nessa vida. Certa vez li em algum canto da internet (perdoem a minha falta de memória, mas não sei aonde foi) um texto que dizia que certa pessoa escrevia tanto a palavra "amor" que essas letras de seu teclado estavam meio apagadas. Então eu olhei para o meu teclado e vi. Também estavam. Aí eu chorei. Mas não foi tristeza, foi uma certa emoção porque era a prova material que minha humanidade aflorava aos montes, explodia dentro e fora de mim. A alegria de saber-se viva.
Só quem chora pode constatar que vive. Só quem ama, quem distribui afetos, quem abraça, quem ri. Se você não se lembra qual foi o último abraço que deu, a coisa tá feia, meu amigo. E tudo isso é amor. Tá legal, eu disse que não ia escrever sobre amor. Mas o que mais vale a pena no mundo do que amar? O que mais nos faz pensar que valha a pena enfrentar o trabalho cansativo, os ônibus cheios, os dias tortuosos? A certeza de que não estamos sozinhos nessa. Não vou falar sobre amor - não sobre o nosso amor, mas sim sobre aquele amor pela vida. Aquele que me faz levantar todo dia de manhã. O amor que me faz sorrir ao pensar que não existem amigos mais engraçados, insanos, alegres, companheiros e lindos que os meus. O amor que me faz pensar que as coisas ruins do agora ao menos deixam como legado a experiência, e a certeza de que tudo passa. Tudo vira poeira, tudo vira pó, e o que parecia um abismo que dividia a Terra em duas - o seu lado e o do resto da população - daqui a pouco não passará de motivo de riso. O amor que deixa claro que por mais que as feridas cicatrizem, ainda doerá se você se atrever a cutucá-las - porque somos feitos de carne e osso, não há modo de nos livrarmos do que alcança nosso mais íntimo sem marcas. O amor pela vida que me dá a certeza de que sempre vale a pena, por mais que doa continuar. O amor que é o que me reafirma, ao chegar em casa, que minha família é insubstituível, que até aqueles defeitinhos bárbaros são o que tornam cada membro dela único - e que fazem falta. É o amor que faz a gente se debulhar em lágrimas, mas é também o que nos lembra que há muito para se ver, que não será nem a primeira e nem a última vez. E que faz, então, renascer uma fé e uma força inigualáveis de dentro do peito, levantar, sacudir a poeira e seguir em frente. São só a companhia de quem a gente gosta aliada às brigas meio bobas e instantaneamente perdoadas que explicam tanto amor. Se você atura muita mesquinhez de algum amigo, mas ri e perdoa, tenha certeza que a amizade será longa e cheia de histórias.
Eu amo, amo muito. Amo a balada com as amigas tanto quanto amo o apoio recíproco quando as coisas vão mal. Amo a dor compartilhada para não pesar muito pra ninguém assim como amo as risadas sobre as piadas daquele amigo que só a gente ri (piores piadas impossível). Amo dançar jogando os cabelos, aproveitar a festa como se fosse a última da minha vida e amo ver minha mãe se divertindo comigo como se tivesse 17 anos. Amo cantar Cazuza e Nando Reis, amo andar pela casa de camiseta e calcinha e amo chorar quando a saudade aperta. Amo reencontrar amigas de longa data, amo demonstrar meu afeto pelas pessoas que, a meu ver, são as mais queridas do mundo, amo tudo o que faz rir. Amo as piadinhas que só eu e meus amigos entendemos, amo dar apelidos secretos, amo sorvete num dia muito quente e café todos os dias de manhã. Amo sentar na minha cama sozinha e destrinchar as palavras de Clarice Lispector, abrir o coração para Caio Fernando Abreu, me interiorizar com Martha Medeiros e sentir na pele com Tati Bernardi. Amo agradecer a Deus por cada dia a mais, por cada pequena felicidade conquistada, pelos erros que deixam de herança lições e amo capturar cada sinal divino do caminho a traçar como se ewscolhem estrelas no céu - e cruzar os dedos acreditando que escolhi o certo. Amo ter a certeza de que tenho amigos fiéis e companheiros, amo fazer alguém rir, amo doar meu tempo a quem precisa.
Canto como Cazuza cantava, dizendo que queria "todo o amor que houver nessa vida". Porque eu sou feita de amor da cabeça aos pés, respiro amor, vivo por amor. Amo a vida, amo tanto que as letras dessa palavra aguda "amor" já nem existem mais no meu teclado de tão desgastadas depois desse texto. Não, seu bobo, não é o seu amor que me preenche, ouviu? Seu amor é só uma imensa parte do tanto que é meu coração - e mesmo assim sobra muito mais. E posso sim, dizer que amo tanto que uma hora vou me explodir em amor e fazer voarem pedaços de carinhos por todos os lados. O meu medo é saber que amo tanto, mas tanto, que sabe Deus o que os olhares cobiçosos e alheios podem fazer com a melhor parte de mim. Continuarei sentindo, persistindo, acreditando. Sou apaixonanda, eternamente apaixonada pelas coisas simples e insubstituíveis da vida. A chave de ouro de toda essa história é Oswaldo Montenegro quem dita, e faço minhas as suas palavras:
"E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.".


Clarissa M. Lamega



"Não há dose letal de você, mas sinto que me viciei. Todo o vício vira um precipício e eu me jogo sem medo. Ímpeto adolescente. Saudades em níveis extremos. Escrevendo pra não pensar. Pensando pra sobreviver."


Júnior Morais - autor do blog O Lado J. in Raiva? Raiva! Perdão. Visitem!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010



"Veja por este ângulo: a espera se justifica por você ser tão especialzinha e única, feito uma flor bonita em encostas arenosas. Confia em mim, ele vai te encontrar. Mas siga sua intuição, não perca tempo e beleza com rapazes feitos para outras garotas. Só pelo andar da carruagem você já sabe quem vem dentro."


Gabito Nunes

quarta-feira, 10 de novembro de 2010




"Homens, por incrível que pareça, também têm traumas, deprês, inseguranças. Os interessantes, ao menos. E você vai dispensar junto esses só porque eles não telefonam três vezes por dia?"

Martha Medeiros in Ele está a fim ou não? (Coisas da vida)


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* A pergunta que não quer calar!

13 linhas para viver




  1. Gosto de você não por quem você é, mas por quem sou quando estou contigo.

  2. Ninguém merece tuas lágrimas, e quem as merece não te fará chorar.

  3. Só porque alguém não te ama como você quer, não significa que este alguém não te ame com todo o seu ser.

  4. Um verdadeiro amigo é quem te pega pela mão e te toca o coração.

  5. A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca vai poder tê-lo.

  6. Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estiver triste, porque nunca se sabe quem pode se apaixonar por teu sorriso.

  7. Pode ser que você seja somente uma pessoa para o mundo, mas para uma pessoa você seja o mundo.

  8. Não passe o tempo com alguém que não esteja disposto a passar o tempo contigo.

  9. Quem sabe Deus queira que você conheça muita gente errada antes que conheças a pessoa certa, para que quando afinal conheça esta pessoa saibas estar agradecido.

  10. Não chores porque já terminou, sorria porque aconteceu.

  11. Sempre haverá gente que te machuque, assim que o que você tem que fazer é seguir confiando e só ser mais cuidadoso em quem você confia duas vezes.

  12. Converta-se em uma pessoa melhor e tenha certeza de saber quem você é antes de conhecer alguém e esperar que essa pessoa saiba quem você é
  13. Não se esforce tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperamos.


Gabriel Garcia Márquez


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Ps. Eu já havia visto vários trechos famosos deste texto, porém nem imaginava que faziam parte de um todo. Acho que os conselhos valem a pena!

terça-feira, 9 de novembro de 2010


"Eu poderia ter o mesmo pai, a mesma mãe, ter freqüentado o mesmo colégio e tido os mesmos professores, e seria uma pessoa completamente diferente do que sou se não tivesse lido o que eu li. Foram os livros que me deram consciência da amplitude dos sentimentos. Foram os livros que me justificaram como ser humano. Foram os livros que destruíram um a um meus preconceitos. Foram os livros que me deram vontade de viajar. Foram os livros que me tornaram mais tolerante com as diferenças."


Martha Medeiros

"É cansativo viver sem vírgulas porque eu respiro a sua existência 24 horas por dia, e só coloco vírgulas teatrais para você não enjoar de mim.
Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana.
E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo.
E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado."


Tati Bernardi

Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.”


Tati Bernardi



"Porque se você não vem é como se o tempo fosse passado em branco, como se as coisas não chegassem a se cumprir porque você não soube delas."


Caio Fernando Abreu in O rato

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Minha dor é a pior



Amar dói tanto que você fica humilde e olha de verdade para o mundo, mas ao mesmo tempo fica gigante e sente a dor da humanidade inteira. - Tati Bernardi

C
horo mesmo, me descabelo pra caramba, queimo meus neurônios com probabilidades mil acerca de nós, e deixo todo mundo ver. Me exponho aqui, coloco minha cara a tapa, e que atire a primeira pedra quem nunca teve um choro meio ridículo por amor. Me abro, arreganho meu coração à fórceps, deixo a mostra minha dor e ainda cutuco com um pauzinho quando escrevo sobre tudo o que sinto. E todo mundo vê, alguns se doem junto comigo, outros se recordam como é a dor de amor. Essa dor de não se importar consigo mesmo e se deixar a Deus dará só porque parece tão mais importante se o outro está sofrendo também. Me poupe! "Acorda, menina", repito para mim mesma. "Ele não está aqui para cuidar de você!". Sou eu, eu mesma e meu amor que lateja no peito nesse deserto imenso que parece o mundo.
Sendo bem egoísta, ainda pensamos que ninguém sente igual, que a dor é só nossa. Minha dor é a pior das piores do mundo - e não discorde! Eu te amo. Caramba, eu te amo. Tô ferrada. Eu sei, meus amigos sabem, a vizinha da frente sabe, minha mãe sabe, meu travesseiro sabe, vocês sabem, todo mundo sabe - menos você. Tenho coragem suficiente pra contar pra todo o planeta, mas pra você meço meia dúzia de palavras repensadas cinco vezes e já basta. Não me entrego. Só essas palavrinhas já são capazes de me doer por três dias e revirar o estômago num looping. Porque expor a você minhas dores é cutucar a ferida do coração com pauzinho. Mas parece dez vezes mais doloroso quando é pra você que falo. Quando é com você, parece que o tal pauzinho ainda tem um monte de pontas que ardem no peito e tiram meu ar. Tudo parece pior.
A idéia de deixar você saber que ainda me dói é terrivelmente amarga e assustadora. Prefiro revelar para 100 pessoas anônimas aqui do que falar pra você. E acredite, tudo o que eu queria era te contar que ouvir seu nome ainda me causa arrepios pelo corpo todo. Que olhar tua foto ainda me dá um leve embrulho no estômago. Que eu quis chorar por ter ficado feliz de saber que você lembrou de mim naquele dia. Que tem um nó na minha garganta brotando em cada lembrança gostosa sua. Que às vezes eu sufoco um choro baixinho no chuveiro. Que fiz uma força tremenda pra sorrir ao invés de sair correndo quando vi sua amiga na rua. Tudo, tudo o que eu queria conseguir dizer é isso: eu te amo.
Sou péssima em atuação, e por isso mesmo escrevo. Não sei fingir que estou totalmente bem e limpa. Com dor, muita dor, me afasto pra disfarçar. Finjo que esqueci, que não tô nem aí se não vou mais te ver. Nem por acaso, se meu santo for forte. Bate o desespero: eu não vou mais te ver. Caramba, tô expulsando da minha vida a pessoa mais especial e carinhosa que me apareceu! Não vou mais te ver. Estou te expulsando a socos, junto com a minha dor. Engolindo sapos, perdendo ciente da perda - e acho que é o que mais incomoda nisso tudo. A perda, a ausência, o vazio. O desamor deixa mais feridos que o amor, o vazio se torna pior que o sofrimento. Eu sei que, daqui a pouco, dentro do coração vai fazer até eco.
Faço a desinteressada, enquanto fuço seu orkut a cada dez minutos. Finjo ignorar, enquanto acompanho cada passo teu. Sorrio, enquanto tudo dói. É difícil ser humano, porque quando atingimos o ápice da humanidade é no momento em que doemos. Na dor, tornamo-nos humildes. Afundando na minha dor, preciso finjir tranqülidade mesmo quando quero fugir. Preciso te fazer acreditar que estou completamente bem enquanto estou no chão com o bendito do pauzinho cutucando meu coração. É exatamente isso: humildade. Reconhecimento das minhas fraquezas. E eu aqui tão boba, me doendo inteira por dentro e só desejando a sua felicidade. Que inferno ser humana! Inferno ser eu, me importar tanto com você, ser essa que mesmo de longe ainda anseia por notícias. Que doa, então. Que doa, doa, doa. E que passe. Quero acreditar que assim como os relacionamentos, nenhuma dor é eterna. E essa parte você pode anotar.

Clarissa M. Lamega
 
Só enquanto eu respirar. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino