É hora de abrir a porta, e sem desespero algum deixar entrar, envolver, cortar sem a mínima proteção. Estar nua e de braços abertos, pronta para abraçar o que vier a acontecer. Um golpe desferido - ou um alguém que me abrace - quem sabe estejam detrás dessa porta. Passos receosos caminham lentamente, e estendo a mão de doçuras mil antes protegidas para a passagem secreta que se alinha no sentir. Entrar ou não, girar a maçaneta e escancarar a porta, se infiltrar nos labirintos dos sentimentos sentidos, ou ficar presa pelo medo. Como a menina Alice, me jogo no buraco e sigo qualquer pista do coelho sem saber aonde vou chegar.
Hora de despertar, decidir, realizar, deixar inundar. Agora ou nunca. Chuva de flores ou granizo. Vou deixar a luz entrar, ou a escuridão, que seja, mas qualquer coisa que me desperte e me deixe tocar, sentir, levitar, ou correr. Preciso agir, deixar invadir, ser. Mais perto da porta, coisas mirabolantes tomam conta da cabeça, mas sem vontade de voltar atrás: quero mesmo é mergulhar de roupa e tudo nesse mar de enguias e tubarões. Ou então apenas inofensivos peixes, quem sabe. Estarei preparada e atenta para agora, para o momento final: nuvem de borboletas ou chuva de espinhos? Sem me esconder, tiro o melhor do pior. Pra você e pra mim.
Clarissa M. Lamega
6 comentários:
Lindo o texto, adorei!!!
To te seguindo ok? Fiz um blog com meus poemas, to divulgando e pedindo opinioes ;)
Grande beijo
obrigada, lyza! fico feliz que tenha realmente gostado :D
eu dou uma passadinha no seu blog, sim, pode deixar!
beijão
Cissa, seu blog ta me guiando todos os dias! Seus textos são maravilhosos! Parabéeens gata :D
beeeijos, Bru C.
Bruna, obrigada amiiga! É bom ver um rostinho conhecido que me admira. Continue aparecendo e fique à vontade para apreciar e opiniar.
Beijos
ah eu queria isso pra mim, conseguir abrir a porta e sorrir com o que vier de bom ou enfrentar o que não for. beijos adorei
Luiza, não é sempre que eu consigo também; mas sou muito de querer sentir, tocar. às vezes precisamos arriscar!
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