terça-feira, 30 de novembro de 2010


"Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas do tipo 'leve dois, pague um', também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas."


Martha Medeiros in Interrompendo as buscas (Coisas da vida)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


"Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.”

Rubem Alves

"Não há nada que nos dê mais segurança emocional que não 'precisar' dos outros, e sim contar com os outros para aquilo em que eles são insubstituíveis: companhia, sexo, amizade, conforto. Se ainda não atingiu esse estágio, suba num cavalo imaginário e dê seu grito do Ipiranga. Ficar amarrado à vida alheia faz você viver menos a sua. Nada de se fazer de desentendida só para não se incomodar. Incomode-se. Dependência é morte."

Martha Medeiros in Dependência ou morte (Coisas da vida)

" Não me falta homem, o que me falta é amor."



Marilyn Monroe

"Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica."


Caio Fernando Abreu

"Como é precioso o teu amor e a tua amizade, o teu poder de amenizar as minhas dores, de potencializar as minhas singelas qualidades, de fazer graça pra diminuir a tensão, de me emprestar seus erros pra me poupar de algumas experiências traumáticas e de compartilhar comigo seus sonhos secretos pra me incentivar a sonhar também."


Aurélia Vasconcelos

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


"É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe."


Tati Bernardi

"Amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. De alguma forma a gota de chuva aparecerá de novo, o vento permitirá que velejemos de novo, mar afora. Morte e ressurreição. Na dialética do amor, a própria dialética do divino. Quem não pode suportar a dor da separação, não está preparado para o amor. Porque o amor é algo que não se tem nunca. É evento de graça. Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta, a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro."


Rubem Alves

"Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim."


Marilyn Monroe
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Em homenagem às minhas amigas pra sempre!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Deixa, deixa ir


Guarda um segredo: às vezes, é preciso se desprender do que deseja para descobrir o que merece. - Renata Carneiro


Como se aprende a se conformar com as coisas? É isso, só isso que eu preciso saber. Não sei aceitar, não entrego uma luta de bandeja e muito menos finjo estar tudo bem - eu não sei fingir. Não sei como dizer "olha, eu quero muito, muito, muito, mas...". O "mas" é o que me horroriza. Para mim, não existem "mas", e se eu realmente quero, me sinto digna da tentativa até não restar nenhum farelo de chance. Como deixar ir embora sem levar junto um pedaço a cada olhar, a cada letra de música, a cada palavra, a cada vontade engasgada? Pois eu, eu só penso em você.
Não se deixe levar assim, não. Olha, veja bem dentro dos meus olhos aquela que surta por medo de que acabe tudo agora, mas que ao mesmo tempo cala por medo de que nada acabe e que o que continue seja doloroso para os dois. Segura a minha mão, ó. Veja como ela fica firme quando tem a sua junto dela. Veja como eu sorrio, como eu abaixo a cabeça pensando que você é, ao mesmo tempo, a melhor e a pior coisa que poderia me acontecer agora. Escute meus adjetivos estúpidos de "idiota, tosco, retardado", e repare que por trás deles existe um tom meio melodramático de "te quero sempre, sempre bem". Olho para o seu cabelo meio sem sal, a sua indecisão atrevida e angustiante, sua maneira de não dizer nada até o sufoco pregar uma peça e se ver obrigado a confessar tudo - que não dá pra ficar longe, que com a voz perto do ouvido, um olho-no-olho e uma mão disfarçada na perna fica cada vez melhor - e penso que nunca mais quero desistir de você. Volto para casa com o coração latejando e ardendo, e me sentindo tão, mas tão grande que mal poderia passar pela porta. Que seguiria meio em transe até o quarto para ouvir a mesma música que, desafinado, você cantava baixinho. E sinto um peso tão grande no peito por ter que largar tudo isso, por ter que desistir do que tira o fôlego mas que também traz uma maré de borboletas no estômago.
Como deixar seguir, tocar o barquinho sem ter vontade de se jogar no mar? Como não ser louca quando é você quem me olha bem dentro dos olhos e me sorri daquela maneira que me deixa constrangida? Como se conformar em fazer voarem pra longe suas piadas sem graça que só você ri? "Vai, minha filha, deixa ir embora", me ordeno olhando no espelho pra ver se aprendo a ser gente normal que sabe a hora de trancar a porta. De parar. Pra ver se aprendo a não esperar mais nenhuma mensagem à noite, não esperar nenhum sinal de vida, não querer escutar nenhuma palavra a mais. Pra comprovar que sou forte e que a falta é passageira. Eu sou forte, eu sei, eu sei. Vai ver é por isso que me torturo tanto: já sei que sou forte feito pedra, mas quero ser molinha feito o colchão da sua cama. Queria ceder, sentir o mix que é sofrer e amar, sem me privar tanto de ouvir tua voz. Mas não, não dá. "Todos os seus amigos estão esperando e torcendo pra que você seja durona, pra que supere numa boa, pra que eles não precisem mais escutar a mesma conversa sobre os dias em que ele aparece e te deixa com o coração na mão", diz a vozinha irritante na minha cabeça. Então é isso ser forte? Deixar de buscar aquilo que mais me faz amar a vida porque também é o que mais me faz perder o ar? Ora, me poupe, racionalidade do caramba! Vá pastar. Não é do meu caráter deixar coisas boas irem embora. E te juro, que a minha vontade era segurar seu rosto, cara, olhar pra você e dizer bem devagar que... O que, vozinha? Não falar pra ele faz parte do processo mesmo? Ah tá, então deixa pra lá. Difícil ser forte.


Clarissa M. Lamega

"Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti."


Caio Fernando Abreu

"(...) E olhar para ele, com o seu sorriso misturado de pior e melhor pessoa do mundo. E olhar o brilho dos seus olhos sem saber se vinha da alma ou da lente de contato. Enfim: olhar e me sentir errando tanto e acertando muito. Isso tudo fazia valer os últimos dez, quinze ou quarenta dias sem saber se ele estava ou não vivo. Era um jogo estúpido, mas o brindezinho que eu ganhava no final justificava os dias de luta perdida."


Tati Bernardi

segunda-feira, 22 de novembro de 2010


Foto: Marcin W.

"E você enche a boca orgulhoso pra falar das suas atitudes distintas, contra-modistas, então ouve isso: cuida direito dessa menina, rapaz. Mas para sacar isso, talvez nem passando outros 500 dias com ela. Então era isso e uns tapinhas nas costas. "

Gabito Nunes in Outros 500 dias (com ela)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010



"Você sabe que não sou mulher de arrependimentos, de olhar pra trás, essas coisas. A gente tem que mirar no alvo e atirar, pronto, foi. A flecha não volta. Se acertamos ou erramos, não tem volta. Foi assim que levei a vida sempre."


Martha Medeiros in Tudo que eu queria te dizer


"Descobrimos que o interruptor que faz a vida acender esteve o tempo inteiro no nosso próprio coração."

Ana Jácomo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Foto: Mariana Xavier

“Quis evitá-lo achando que era o correto a fazer, mas compreendi que estava enganada. Sou levada a você, qualquer direção que eu tome. Você é uma das poucas coisas que são certas na vida.Todos dizem que é burrice minha insistir contigo, porque você não tem mais conserto. Que é feio, tosco, gritante, cabeludo, um grande equívoco de minha parte. Mas você é apenas humano. Quem sou eu para querer corrigi-lo?
Erro meu, confesso que preciso de você, mesmo reconhecendo que isso parece ser uma falha. Mas não é fácil. Aceitá-lo como inevitável em meu destino, e fundamental em minha história, é sinal de que estou no caminho certo.

Fernanda Young


Foto: Gilad Benari

Eu? Eu não sou somente boa. Sou uma pessoa muito bonita. Generosa e linda – e quem agüentar, agüentou. Como prêmio, terá meu amor. Saberá da minha verdade. Dará boas gargalhadas. Mas terá que suportar uma boa dose daquilo que sinto. Pois, apesar de tudo ser diversão, nada é simples. Nada é pouco quando o mundo é o meu.”

Fernanda Young

Foto: Mariana Xavier


"Os dias se interrompiam quando ele ia embora. Recomeçavam apenas no mesmo segundo em que tornava a chegar.

Não sei quanto tempo durou. Só comecei a contar os dias a partir daquele dia em que ele não veio mais."

Caio Fernando Abreu in Onde andará Dulce Veiga?


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Não vou mais escrever sobre amor


Eu me decidi a parar de escrever sobre amor, porque se eu não parar de escrever eu não conseguirei parar de desejar que a gente dê certo. Não, não vai dar. Não vou escrever sobre amor porque tô é cansada de chorar e preciso celebrar ao mínimo uma - das tantas - coisas que eu sei que são preciosas nessa vida. Certa vez li em algum canto da internet (perdoem a minha falta de memória, mas não sei aonde foi) um texto que dizia que certa pessoa escrevia tanto a palavra "amor" que essas letras de seu teclado estavam meio apagadas. Então eu olhei para o meu teclado e vi. Também estavam. Aí eu chorei. Mas não foi tristeza, foi uma certa emoção porque era a prova material que minha humanidade aflorava aos montes, explodia dentro e fora de mim. A alegria de saber-se viva.
Só quem chora pode constatar que vive. Só quem ama, quem distribui afetos, quem abraça, quem ri. Se você não se lembra qual foi o último abraço que deu, a coisa tá feia, meu amigo. E tudo isso é amor. Tá legal, eu disse que não ia escrever sobre amor. Mas o que mais vale a pena no mundo do que amar? O que mais nos faz pensar que valha a pena enfrentar o trabalho cansativo, os ônibus cheios, os dias tortuosos? A certeza de que não estamos sozinhos nessa. Não vou falar sobre amor - não sobre o nosso amor, mas sim sobre aquele amor pela vida. Aquele que me faz levantar todo dia de manhã. O amor que me faz sorrir ao pensar que não existem amigos mais engraçados, insanos, alegres, companheiros e lindos que os meus. O amor que me faz pensar que as coisas ruins do agora ao menos deixam como legado a experiência, e a certeza de que tudo passa. Tudo vira poeira, tudo vira pó, e o que parecia um abismo que dividia a Terra em duas - o seu lado e o do resto da população - daqui a pouco não passará de motivo de riso. O amor que deixa claro que por mais que as feridas cicatrizem, ainda doerá se você se atrever a cutucá-las - porque somos feitos de carne e osso, não há modo de nos livrarmos do que alcança nosso mais íntimo sem marcas. O amor pela vida que me dá a certeza de que sempre vale a pena, por mais que doa continuar. O amor que é o que me reafirma, ao chegar em casa, que minha família é insubstituível, que até aqueles defeitinhos bárbaros são o que tornam cada membro dela único - e que fazem falta. É o amor que faz a gente se debulhar em lágrimas, mas é também o que nos lembra que há muito para se ver, que não será nem a primeira e nem a última vez. E que faz, então, renascer uma fé e uma força inigualáveis de dentro do peito, levantar, sacudir a poeira e seguir em frente. São só a companhia de quem a gente gosta aliada às brigas meio bobas e instantaneamente perdoadas que explicam tanto amor. Se você atura muita mesquinhez de algum amigo, mas ri e perdoa, tenha certeza que a amizade será longa e cheia de histórias.
Eu amo, amo muito. Amo a balada com as amigas tanto quanto amo o apoio recíproco quando as coisas vão mal. Amo a dor compartilhada para não pesar muito pra ninguém assim como amo as risadas sobre as piadas daquele amigo que só a gente ri (piores piadas impossível). Amo dançar jogando os cabelos, aproveitar a festa como se fosse a última da minha vida e amo ver minha mãe se divertindo comigo como se tivesse 17 anos. Amo cantar Cazuza e Nando Reis, amo andar pela casa de camiseta e calcinha e amo chorar quando a saudade aperta. Amo reencontrar amigas de longa data, amo demonstrar meu afeto pelas pessoas que, a meu ver, são as mais queridas do mundo, amo tudo o que faz rir. Amo as piadinhas que só eu e meus amigos entendemos, amo dar apelidos secretos, amo sorvete num dia muito quente e café todos os dias de manhã. Amo sentar na minha cama sozinha e destrinchar as palavras de Clarice Lispector, abrir o coração para Caio Fernando Abreu, me interiorizar com Martha Medeiros e sentir na pele com Tati Bernardi. Amo agradecer a Deus por cada dia a mais, por cada pequena felicidade conquistada, pelos erros que deixam de herança lições e amo capturar cada sinal divino do caminho a traçar como se ewscolhem estrelas no céu - e cruzar os dedos acreditando que escolhi o certo. Amo ter a certeza de que tenho amigos fiéis e companheiros, amo fazer alguém rir, amo doar meu tempo a quem precisa.
Canto como Cazuza cantava, dizendo que queria "todo o amor que houver nessa vida". Porque eu sou feita de amor da cabeça aos pés, respiro amor, vivo por amor. Amo a vida, amo tanto que as letras dessa palavra aguda "amor" já nem existem mais no meu teclado de tão desgastadas depois desse texto. Não, seu bobo, não é o seu amor que me preenche, ouviu? Seu amor é só uma imensa parte do tanto que é meu coração - e mesmo assim sobra muito mais. E posso sim, dizer que amo tanto que uma hora vou me explodir em amor e fazer voarem pedaços de carinhos por todos os lados. O meu medo é saber que amo tanto, mas tanto, que sabe Deus o que os olhares cobiçosos e alheios podem fazer com a melhor parte de mim. Continuarei sentindo, persistindo, acreditando. Sou apaixonanda, eternamente apaixonada pelas coisas simples e insubstituíveis da vida. A chave de ouro de toda essa história é Oswaldo Montenegro quem dita, e faço minhas as suas palavras:
"E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.".


Clarissa M. Lamega



"Não há dose letal de você, mas sinto que me viciei. Todo o vício vira um precipício e eu me jogo sem medo. Ímpeto adolescente. Saudades em níveis extremos. Escrevendo pra não pensar. Pensando pra sobreviver."


Júnior Morais - autor do blog O Lado J. in Raiva? Raiva! Perdão. Visitem!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010



"Veja por este ângulo: a espera se justifica por você ser tão especialzinha e única, feito uma flor bonita em encostas arenosas. Confia em mim, ele vai te encontrar. Mas siga sua intuição, não perca tempo e beleza com rapazes feitos para outras garotas. Só pelo andar da carruagem você já sabe quem vem dentro."


Gabito Nunes

quarta-feira, 10 de novembro de 2010




"Homens, por incrível que pareça, também têm traumas, deprês, inseguranças. Os interessantes, ao menos. E você vai dispensar junto esses só porque eles não telefonam três vezes por dia?"

Martha Medeiros in Ele está a fim ou não? (Coisas da vida)


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* A pergunta que não quer calar!

13 linhas para viver




  1. Gosto de você não por quem você é, mas por quem sou quando estou contigo.

  2. Ninguém merece tuas lágrimas, e quem as merece não te fará chorar.

  3. Só porque alguém não te ama como você quer, não significa que este alguém não te ame com todo o seu ser.

  4. Um verdadeiro amigo é quem te pega pela mão e te toca o coração.

  5. A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca vai poder tê-lo.

  6. Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estiver triste, porque nunca se sabe quem pode se apaixonar por teu sorriso.

  7. Pode ser que você seja somente uma pessoa para o mundo, mas para uma pessoa você seja o mundo.

  8. Não passe o tempo com alguém que não esteja disposto a passar o tempo contigo.

  9. Quem sabe Deus queira que você conheça muita gente errada antes que conheças a pessoa certa, para que quando afinal conheça esta pessoa saibas estar agradecido.

  10. Não chores porque já terminou, sorria porque aconteceu.

  11. Sempre haverá gente que te machuque, assim que o que você tem que fazer é seguir confiando e só ser mais cuidadoso em quem você confia duas vezes.

  12. Converta-se em uma pessoa melhor e tenha certeza de saber quem você é antes de conhecer alguém e esperar que essa pessoa saiba quem você é
  13. Não se esforce tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperamos.


Gabriel Garcia Márquez


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Ps. Eu já havia visto vários trechos famosos deste texto, porém nem imaginava que faziam parte de um todo. Acho que os conselhos valem a pena!

terça-feira, 9 de novembro de 2010


"Eu poderia ter o mesmo pai, a mesma mãe, ter freqüentado o mesmo colégio e tido os mesmos professores, e seria uma pessoa completamente diferente do que sou se não tivesse lido o que eu li. Foram os livros que me deram consciência da amplitude dos sentimentos. Foram os livros que me justificaram como ser humano. Foram os livros que destruíram um a um meus preconceitos. Foram os livros que me deram vontade de viajar. Foram os livros que me tornaram mais tolerante com as diferenças."


Martha Medeiros

"É cansativo viver sem vírgulas porque eu respiro a sua existência 24 horas por dia, e só coloco vírgulas teatrais para você não enjoar de mim.
Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana.
E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo.
E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado."


Tati Bernardi

Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.”


Tati Bernardi



"Porque se você não vem é como se o tempo fosse passado em branco, como se as coisas não chegassem a se cumprir porque você não soube delas."


Caio Fernando Abreu in O rato

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Minha dor é a pior



Amar dói tanto que você fica humilde e olha de verdade para o mundo, mas ao mesmo tempo fica gigante e sente a dor da humanidade inteira. - Tati Bernardi

C
horo mesmo, me descabelo pra caramba, queimo meus neurônios com probabilidades mil acerca de nós, e deixo todo mundo ver. Me exponho aqui, coloco minha cara a tapa, e que atire a primeira pedra quem nunca teve um choro meio ridículo por amor. Me abro, arreganho meu coração à fórceps, deixo a mostra minha dor e ainda cutuco com um pauzinho quando escrevo sobre tudo o que sinto. E todo mundo vê, alguns se doem junto comigo, outros se recordam como é a dor de amor. Essa dor de não se importar consigo mesmo e se deixar a Deus dará só porque parece tão mais importante se o outro está sofrendo também. Me poupe! "Acorda, menina", repito para mim mesma. "Ele não está aqui para cuidar de você!". Sou eu, eu mesma e meu amor que lateja no peito nesse deserto imenso que parece o mundo.
Sendo bem egoísta, ainda pensamos que ninguém sente igual, que a dor é só nossa. Minha dor é a pior das piores do mundo - e não discorde! Eu te amo. Caramba, eu te amo. Tô ferrada. Eu sei, meus amigos sabem, a vizinha da frente sabe, minha mãe sabe, meu travesseiro sabe, vocês sabem, todo mundo sabe - menos você. Tenho coragem suficiente pra contar pra todo o planeta, mas pra você meço meia dúzia de palavras repensadas cinco vezes e já basta. Não me entrego. Só essas palavrinhas já são capazes de me doer por três dias e revirar o estômago num looping. Porque expor a você minhas dores é cutucar a ferida do coração com pauzinho. Mas parece dez vezes mais doloroso quando é pra você que falo. Quando é com você, parece que o tal pauzinho ainda tem um monte de pontas que ardem no peito e tiram meu ar. Tudo parece pior.
A idéia de deixar você saber que ainda me dói é terrivelmente amarga e assustadora. Prefiro revelar para 100 pessoas anônimas aqui do que falar pra você. E acredite, tudo o que eu queria era te contar que ouvir seu nome ainda me causa arrepios pelo corpo todo. Que olhar tua foto ainda me dá um leve embrulho no estômago. Que eu quis chorar por ter ficado feliz de saber que você lembrou de mim naquele dia. Que tem um nó na minha garganta brotando em cada lembrança gostosa sua. Que às vezes eu sufoco um choro baixinho no chuveiro. Que fiz uma força tremenda pra sorrir ao invés de sair correndo quando vi sua amiga na rua. Tudo, tudo o que eu queria conseguir dizer é isso: eu te amo.
Sou péssima em atuação, e por isso mesmo escrevo. Não sei fingir que estou totalmente bem e limpa. Com dor, muita dor, me afasto pra disfarçar. Finjo que esqueci, que não tô nem aí se não vou mais te ver. Nem por acaso, se meu santo for forte. Bate o desespero: eu não vou mais te ver. Caramba, tô expulsando da minha vida a pessoa mais especial e carinhosa que me apareceu! Não vou mais te ver. Estou te expulsando a socos, junto com a minha dor. Engolindo sapos, perdendo ciente da perda - e acho que é o que mais incomoda nisso tudo. A perda, a ausência, o vazio. O desamor deixa mais feridos que o amor, o vazio se torna pior que o sofrimento. Eu sei que, daqui a pouco, dentro do coração vai fazer até eco.
Faço a desinteressada, enquanto fuço seu orkut a cada dez minutos. Finjo ignorar, enquanto acompanho cada passo teu. Sorrio, enquanto tudo dói. É difícil ser humano, porque quando atingimos o ápice da humanidade é no momento em que doemos. Na dor, tornamo-nos humildes. Afundando na minha dor, preciso finjir tranqülidade mesmo quando quero fugir. Preciso te fazer acreditar que estou completamente bem enquanto estou no chão com o bendito do pauzinho cutucando meu coração. É exatamente isso: humildade. Reconhecimento das minhas fraquezas. E eu aqui tão boba, me doendo inteira por dentro e só desejando a sua felicidade. Que inferno ser humana! Inferno ser eu, me importar tanto com você, ser essa que mesmo de longe ainda anseia por notícias. Que doa, então. Que doa, doa, doa. E que passe. Quero acreditar que assim como os relacionamentos, nenhuma dor é eterna. E essa parte você pode anotar.

Clarissa M. Lamega


"Todo o resto é muito mais vasto. É nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e a inocência que se mantêm vivas dentro de nós mas que ninguém percebe, só porque crescemos. A maturidade é um álibi frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê."


Martha Medeiros in Todo o resto (Coisas da vida)

"Todo o resto é o que nos assombra: as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais - a troco de que fomos tão bonzinhos?"


Martha Medeiros in Todo o resto (Coisas da vida)



"E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoções. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós."


Martha Medeiros in Todo o resto (Coisas da Vida)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A carta que ela não mandou




Meu amor,

sei que te assusta, depois de meses, receber assim em tuas mãos esta carta redigida corajosamente pelas minhas. Escrevo, penso eu, para cuidar de você e de mim. Já fazem alguns dias desde nossa despedida, que demoram tanto a passar como o vazio que ficou aqui dentro. E o que eu queria te dizer é que sinto muito a tua falta. Olha: não existia poesia maior no mundo do que teu riso desarmado e doce diante do meu mau-humor falsamente forjado. Não existia nada mais alucinógeno do que teus braços me apertando forte e minha mesquinhez sendo embalada pelo som da sua risada avassaladora no sofá da sala. Dói constatar que a risada e os abraços ficaram, enfim, para trás.
Dos amores que provei, nenhunzinho sequer conseguia me fazer borbulhar o coração como o teu fez. Somente diante da tua voz que eu tremia na base, e só o teu afago enlouquecia meus neurônios. Nenhum outro foi capaz de fazer uma carinha engraçada e fofa pra me fazer rir. E eu sentia raiva, muita raiva de você conseguir me desarmar sem nem precisar abrir a boca. Bastavam teus olhos repousando suavemente nos meus pra me dar vontade de largar tudo e fugir contigo. Bastavam cinco minutos de conversa boba para eu me encantar ao ponto de pensar que não existia nada melhor no mundo. Bastava tuas mãos acariciando minhas costas para eu nunca mais querer levantar daquela cama macia. E é por isso que eu te odeio tanto, que eu acumulava uma raiva cômica dentro do peito: por saber que nenhum outro é capaz de despertar sentimentos absurdamente lindos dentro de mim - que antes de você, eu nem suspeitava que existiam.
Dói olhar para o canto do quarto e não encontrar sua blusa jogada. Dói aspirar insistentemente a manta da cama que você adorava em busca de resquícios de você e descobrir que não sobrou nada. Dói olhar pra dentro de mim e ver o tanto que você levou. Tudo que te cabia no coração, você levou contigo. Encheu tuas mãos com bons sentimentos e guardou-os nos bolsos: foi tudo contigo. Dói lembrar da mordida e não ter ficado nem uma marquinha, lembrar do perfume e não saber mais aonde achar. Dói vasculhar a casa em busca de qualquer coisa esquecida. Vasculhar os cantos do coração tentando expulsar tudo o que de seu tenha ficado, tentar respirar fundo e arejar, varrer as angústias pra lixeira. Mas, teimosas que são, não vão embora de jeito nenhum e me acompanham por todas as horas do meu dia. E saber que fica esse nó na garganta que ninguém tira. Esse sentimento de perda do peito que ninguém arranca.
Sinto tanto a tua falta que por vezes abro a agenda do celular e fico olhando seu nome listado como se assim você pudesse sentir inconscientemente que penso em você com carinho. De maneira telepática, sentir o peito arder de saudade junto com o meu. Apaguei tudo o que fosse teu do celular, dos e-mails, só fica essa angústia apertada no coração que não vai embora nunca. Qualquer coisa que me lembre de ti me força a segurar uma lágrima enrustida pronta pra rolar a qualquer momento. Qualquer cheiro parecido com o teu faz tremer a voz. Todas as vezes em que fantasio te ver andando na rua sinto um desespero tão grande como uma crise abstêmica. A saudade pulsa, a vontade de te ter mais perto escorre dos olhos. O choro baixinho no travesseiro me denuncia, os olhos inchados no dia seguinte traem a minha falsa superação bem-sucedida. O sentimento enorme por ti esmaga o peito, tira o ar e o pouco de sanidade que ainda me resta. Sinto tua falta.
Sinto tanta vontade de te ver que espero você descer do ônibus que vai para sua casa toda vez que coloco os pés naquele terminal. E quando vejo que não está lá, quase subo no ônibus rumo à sua rua pra tentar jogar lá todos os restos de você que sobraram em mim. Por vezes me dá uma vontade irremediável de te ligar e confessar: "Olha, cara, eu era muito feliz com você. Era tão, tão feliz, e agora não sei aonde diabos se escondeu a minha vontade de viver achando tudo absurdamente bonito." E querer ficar horas no telefone, mas apenas calando a voz pirada da minha cabeça que me manda te procurar. E pisando no meu coração que insiste em querer bater mais rápido quando se lembra das coisas que você me disse. Mas o que eu queria mesmo te explicar com tudo isso é que tá difícil viver sem você aqui, me apoiando e dando força. Tá difícil encarar o dia sem saber que não vai ter sua risada escancarada no meio, que o cafuné ficou pra trás, que não existe mais uma mão pra segurar. Anda meio duro aprender a continuar sem desejar tanto o teu abraço. E no fundo, eu queria que você sentisse minha falta tanto assim também. Mas sei que as coisas não são dessa maneira, e que eu sempre fui mais profunda e intensa. Acabo pagando o pato por isso também.
Mas desejo que, mesmo longe, você continue sorrindo muito. Que muitos tenham o prazer da sua conversa boba que eu fui forçada a abrir mão. Que eu aprenda a sufocar a saudade até ela deixar de ser saudade. Que quando meu telefone tocar eu não espere mais que seja você. Tudo isso para o meu bem, e para o nosso bem. E que você esteja bem, esteja feliz, fazendo o que gosta e pensando de leve em mim. Deus, como anda difícil esbanjar sorrisos por aí fingindo que nada me mata por dentro. Rezo pra que passe logo, e que só fique a vontade de querer cuidar melhor de mim - perdão pelo egoísmo, mas bem sabemos que esgotei todas as minhas energias cuidando de ti. Eu te amo, e precisava dizer que minha ausência se deve a motivos de cuidado pessoal, sem resquício de mágoas ou dor. Que o tempo alivie, enfim, a falta de ar que não me deixa respirar e ser inteira em nada.

Te escrevo com dor, e pressentimentos de que tudo há de melhorar
Da sempre sua.


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Clarissa M. Lamega
 
Só enquanto eu respirar. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino