quarta-feira, 29 de setembro de 2010


"Se eu gostar de você aviso de antemão que você é uma pessoa de sorte. Eu me entrego. Quem vive comigo sabe. Quem convive comigo sente. Eu amo poucos. Mas esses poucos, pode apostar, amo muito."


Clarissa Corrêa



"Eu só quero que você entenda que eu te mando embora querendo que você fique. Penso em não te querer mais sonhando em como te ter mais um pouco. Fico com raiva de você e isso passa. Quero mais carinho e isso me cansa. Penso que você é um ser inatingível, um ser que vive num mundo fechado a mil chaves e cadeados...quero que você entenda: eu gosto de demonstrações de amor, paixão, seja lá o que for."


Clarissa Corrêa
"A natureza é implacável! Se o cara nasce mané,cresce mané, morre mané."

Clarissa Guerra de Medeiros



"Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim."


Clarissa Corrêa

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um barco no meio da chuva

Foto: Bromden


Somos um barco no meio da chuva; um edifício no meio do mundo:

Fortes e unidos como a imensidão.

Ana Carolina - Um edifício no meio do mundo

A sensação de cuidar de alguém é mesmo muito esquisita: querer tanto bem a essa pessoa que às vezes deixamos de lado a nós mesmos. E eu preciso tanto cuidar de você - porque você não se cuida. Tá sempre tão ocupado com a segurança, felicidade, tranqüilidade, paz, dos amigos. Com a minha. E eu? Faço força pra aprender a cuidar de alguém. Dedico meu tempo livre a pensar em como foi seu dia, se está cansado, se pensou em mim. Às vezes até mesmo dentro do ônibus que eu pego todos os dias, encosto um pouco a cabeça e mando meus pensamentos encontrarem os seus. Nos primeiros raios de sol, nas primeiras gotas de chuva do dia, e nas últimas também.
Penso tanto em você e em como você se sente e o que você sente. Me preocupo se está sendo muito pressionado, se anda dormindo bem e se me deseja tão bem quanto eu te desejo. E nos últimos dias, tem sido esta umas das minhas principais ocupações. Não, não me leve a mal. É um dos melhores sentimentos que eu pûde ter ultimamente. Acho que não poderia gastar minhas horas de folga com coisa melhor do que esta: te cuidar até o último minuto. Até você se sentir melhor. Até você rir despreocupado. Até você querer me segurar no colo no caminho até a cozinha. Até você ficar me olhando te olhar nos olhos da vista de cima do seu peito. Até você enjoar de mim. Até você pensar que o mundo tá um lugar um pouquinho melhor de se viver porque me fez rir com uma comparação idiota sobre qualquer coisa. Até você se preocupar se eu tô feliz apesar dos nossos pesares.
Mas olha, eu juro que tô aprendendo direitinho. Tô aprendendo a lidar com seu jeito de esperar que eu te ligue, de ter receio à respeito de tudo, de fingir que não liga quando eu sou a única pessoa que não sái da sua cabeça. E aprendi que você amassou seu amor feito bolinha de papel só pra parecer um pouco menor e não me assustar tanto com a sua necessidade de alguém que te olhe enquanto você atravessa a rua. Pra eu não querer sair correndo com o tamanho do buraco que cresceu no seu peito. Mas você não sabe, não. Não sabe que viemos do mesmo lugar, e que meu buraco talvez seja incrivelmente do tamanho do seu. E do mesmo jeito eu sinto minha necessidade imensamente maior que a tua. E essa mania de querer diminuir o coração pra não dar medo nos outros é minha, viu?
Quanto mais você me olha, mais eu quero ser olhada. E quanto mais você me cuida, sinto mais forte que preciso te cuidar - pra me sentir bem, pra te sentir bem. E quanto mais piadas idiotas você faz, mais eu quero rir delas. Quanto mais você ri dos seus pensamentos secretos, daquela sua maneira de gargalhar espremendo os olhos, mais eu quero te descobrir. E quanto mais você prefere que eu tome cuidado pra você não me machucar - por descuido, por falta de tempo, pelo seu jeito fingindo não ligar - mais eu quero acreditar na gente. Porque eu acredito em você, acredito nos seus sonhos e acredito que você me faz querer ser melhor. Porque quando você ri descuidado, sem perceber o quanto eu admiro tua risada, eu pinto estrelinhas por todas as paredes do quarto e da alma. E quando você entrelaça seus dedos nos meus me dá vontade de grudar com super bonder pra garantir que você nunca vai me largar. Porque faltando cinco minutos pra gente se despedir, o coração já se aperta de uma saudade besta antecipada. Sempre. E quando você me aperta junto de você, eu sinto teu coração tão judiado querendo acompanhar o ritmo do meu, querendo saber me acompanhar. E te cuido, te olho, te beijo. E sinto saudade sem te ver por dias, mas contando cada dia como um a menos para te ver, e não como um a mais sem te ver. Sou ansiosa, maluca, pirada, preocupada, e você adora meu jeito de levar a vida.
Eu quero tanto, mas tanto cuidar de você. Quero muito te fazer rir no meio da tarde chata de domingo, escutar como foi seu dia e aquela prova em que você não sabia nada. Sobre os trabalhos atrasados e em como queria me ver ao invés de estar entre tantos papéis na frente do computador. Quero saber que o seu cuidar consiste mais em se preocupar do que em telefonar, procurar. Eu sei disso. É um cuidar de longe, sem querer se intrometer. E te dizer que te admiro pra caramba, admiro teu jeito protetor comigo e com quem você ama, e por isso cuido de você. Porque às vezes você cuida tanto dos outros que falta um pouquinho de tempo pra você. Então eu encosto sua cabeça no meu colo, te faço cafuné. Te dou um pouquinnho mais de chão te ligando pra você ouvir minha voz. Abro espaço dentro de mim, tiro a poeira do coração pra receber você e seu coração que já foi tão surrado nessa vida. E te prometo cuidar dele. Mas prometa que não vai desistir. De nós. Do que nós somos. Do nosso amor um pelo outro que é o que mais me alegra nessa vida. E é como diria Caio F: "eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também.". Então que você não desista de ser o dono das minhas preces carinhosas no travesseiro antes de dormir. Amém!


Clarissa M. Lamega

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"Mas, digamos assim, se a gente abriu juntos essa maldita caixa de Pandora, tem que segurar até o fim para enxergar a esperança. É brega. É infame e é cafona. Mas você está comigo."

Nick Farewell in GO
"Agora eu acredito em finais felizes. Você vai ver. É como na vida. Se o fim não é feliz, ainda não é o fim."

Nick Farewell in GO

"Tem algo que me conforta no seu sorriso. Eu queria me estender entre o seu sorriso. Armar uma rede ali e me deitar. Eu tenho certeza de que seria muito, muito feliz."

Nick Farewell in GO
"Eu não quero sentir mais nada artificial. Que seja dor ou prazer, percebi que tudo que eu quero é sentir emoções reais."

Nick Farewell in GO - indico!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O CONTRATO




"Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós.A gente foi ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Mas a gente correu pra fazer piadinha sexual disso, como sempre.Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E você olhou do elevador e me perguntou: não to esquecendo nada? E eu quis gritar: tá, tá esquecendo de mim. E você depois perguntou: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu. Eu sempre fui sua. Eu já era sua antes mesmo de saber que você um dia não ia me querer.Mas a gente combinou que não era amor. Você abriu minha água com gás predileta e meu sabonete de manteiga de cacau. E fuçou todas as minhas gavetas enquanto eu tomava banho. E cheirou meu travesseiro pra saber se ainda tinha seu cheiro. Ou pra tentar lembrar meu cheiro e ver se ele ainda te deixa sem vontade de ir embora. Mas ainda assim, não somos íntimos. Nada disso. Só estamos aqui, reunidos nesse momento, porque temos duas coisas muito simples em comum: nada melhor pra fazer. Só isso. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim e diz que vai refazer o contrato. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno só porque o seu chapéu é muito legal. Não deixa eu assim, deslizando pelas paredes do chuveiro de tanto rir porque seu cabelo fica ridículo molhado. Não faz a piada do vampiro só porque você achou que eu estava em dias estranhos. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso. Combinamos que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro que escreve, e aquele outro que faz filme, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado.Adoro como o mundo fica coitado, fica quase, fica de mentira, quando não é você. Porque esses coitados todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é não querer tomar banho depois. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo.Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre.E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. E eu tive que me fantasiar de puta, só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor, só pra você poder me vestir e sair por aí com sua casca de não amor.E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo “bonito carro, boa balada, boa idéia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro.Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono. Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita."


Tati Bernardi


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Ps. Não resisti a postar o texto inteiro, é perfeito!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ciúme



Você está lá, perfeitamente enquadrado em meus olhos e de repente - pá! - qualquer indício de alma feminina resvalando amores e cuidados exagerados por ti me revira o estômago. E ai que ânsia de ir lá e dar uma porrada na desgraçada! Chegar diante dela e mostrar que você tá em outra, que é meu - mesmo que não seja meu, mas é um ótimo argumento pra espantar a mulherada do seu pé. Como se eu tivesse direito mesmo. Eu tenho? Me pego em caos total, perco a cabeça, e quero plantar bananeira pra ver se o sangue volta para o cérebro e eu consigo voltar a pensar racionalmente no que eu tô fazendo. Acontece que o sentir não é nem um pouco racional - a gente pode amar tanto um ricaço bonitão quanto um carinha que não tenha aparentemente nada demais, que não chame a atenção na rua mas que a gente sabe que tem um coração enorme. E é justamente desse carinha que você quer horas de conversas bobas, ganhando cafuné deitados na cama. Justamente dese talzinho que se achou no direito de invadir meu espaço quando eu tava afastando qualquer probabilidade de romance não vingativo à quilômetros de mim com pontapés. Aí ele chega, como quem não quer nada. Papo vai, papo vem, me diz que eu sou diferente das outras. E nessa conversinha clichê de repente me vejo pensando em te ligar várias vezes por dia, conferindo a cada cinco minutos o celular pra ver se você lembrou de mim em qualquer atividade rotineira do seu dia. Só por Deus, mesmo. Que anta que eu sou.
E essa talzinha no seu pé não facilita em nada a minha vida. Não, não gostei mesmo. Eu sei que você quer ficar comigo, confiei nas vezes que me disse. Mas, mesmo assim, não consigo disfarçar minha compulsão em te olhar bem séria e dizer que tudo bem, que se for o caso eu me afasto, que só quero te ver bem. Aí você dá uma risada enorme, e com carinho me diz o quanto eu tô sendo boba. Até eu começo a rir e penso que tô agindo como uma idiota, e como você me deixa assim meio besta. Fico insegura e me entrego totalmente. Aí já começo a me achar imensamente burra por deixar você saber que sou meio ciumenta, e que automaticamente isso deixa claro que tenho medo de que você vá embora. Eu sei que é tolice, mas não consigo deixar de ficar apavorada com a idéia de te ver indo embora. Você, não, por favor. Todos os outros já me fizeram isso, e em todas as vezes eu virei um trapo rasgado. Não me sobrou nada de mim em mim, e eu tive que aprender a me reconstruir milhares de vezes pra tentar descobrir por que eu ainda insistia no amor. Você aparece e eu penso "é por você. Por isso que eu insistia, porque você iria chegar." Me pego bobinha da silva e me forço a te expulsar da mente e colocar um claríssimo "não-se-apegue-não-tenha-esperança" no coração. Faço bico e cruzo os braços de pura teimosia. Você chega, sorri com o rosto inteiro chegando a fazer aqueles olhos um pouco espremidos que eu amo tanto e, devagar, de leve, arranca essa fita isolante que eu coloquei no meu coração. Tchec! - e acaba a paranóia. Um beijinho na testa e eu já começo a te achar a coisa mais linda do mundo e a mais perfeita que já apareceu na minha vida. Você esquentando minhas mãos geladas no seu bolso e eu já imagino qual seria o tamanho da aliança. E eu achando tudo infinitamente perfeito e lindo, e querendo tudo exatamente do jeito que está. E me achando tão boba por ainda pensar que você poderia ir embora sendo que fica horas comigo no telefone e quer que eu te acompanhe em todos os lugares pra onde você for. Querendo me apresentar para todos os seus amigos, querendo que sua família goste de mim, que a gente viaje junto em breve. Me pego pensando em tudo isso e amando tanto - como fazia tempo que não amava nada tanto assim na minha vida. Me pego te admirando fazer pipoca e adorando sua chatice na cozinha. Te pego me olhando conversar com seus amigos e sorrir disfarçado, e sinto que tenho tudo o que queria.
Então você precisa entender o meu pavor em pensar que você pode ir embora. Meu desespero quando você não atende as ligações (e ainda por cima não retorna). Meu orgulho não permite mais nenhuma tentativa de contato, e eu fico horas esperando que você se preocupe comigo. Que ligue, que queira saber se algo está errado, se eu tô bem, que me diga que quer ficar comigo pra valer. Fale que aquela lá não tem nem chance contigo, que sente minha falta e que lembra de mim quando ela te diz coisas apaixonadamente idiotas. Que você me escolheu entre milhares de pessoas sem nexo, sem sentido por aí. Que a gente se encontrou porque se precisava, porque não aguentava mais pensar só na rotina e queria pensar mais um pouco um no outro.
Eu não tô acostumada em ser cuidada, então entenda meu ciúme. Mesmo que ela não seja ninguém, não consigo mais entender que me tirem mais nada - principalmente você, que me sorri e me faz querer coisas boas pra todo mundo de uma vez só. Não sei mais como é gostar, me bloqueei desde o último cara, e me prometi ser feliz sozinha. Aí chega você no seu charme grandiosamente devastador e mostra que minha felicidade indivual não chega a um quinto da nossa em conjunto. E pra não perder tudo isso eu preciso não ligar quando quero ouvir tua voz, não dizer que quando eu tava cheia de problemas no trabalho a única coisa que eu mais queria era te contar pra você me falar qualquer coisa atenciosa ou animadora. Preciso segurar meus fogos de artifício internos e não te falar que você é a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. E que, mesmo com a semana cheia, não consigo imaginar nada melhor do que o seu cheirinho depois de um dia lotado de confusões. Eu quero que você chegue, que entre, que pare com as minhas paranóias e me diga pra ficar calma mais uma vez. Que entenda a minha necessidade de te cuidar, de conversar quando tem alguma coisa errada, de querer colo quando as coisas desandam. De achar bonito andar de mãos dadas. Não ria do meu ciúme, porque eu mesma já tô me achando besta por conta própria. Me diga que eu sou tudo o que você precisava, assim como eu acredito - cegamente, encantadoramente, apaixonadamente - que você é mesmo tudo aquilo que me faltava.

Clarissa M. Lamega

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


"Eu quero eternizar o seu sorriso lindo – mas eu nunca falei dele pra você. Nem falei do seu cheirinho bom. Que é o cheiro de uma nova vida que eu estava precisando tanto... E você nem sonha que eu sou meio ciumenta, bem chata, quero ser mãe e acredito no amor da minha vida. Acredito no amor pra sempre. Acredito em alma gêmea."


Tati Bernardi

sexta-feira, 17 de setembro de 2010


"Quando as duas partes do par se encaixam faz 'clac' - e a felicidade acontece."


Rubem Alves


"Ler é fazer amor com as palavras."


Rubem Alves

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Amor igual ao teu, eu nunca mais terei


Menina do balaio, que é que me aconteceu
Cê aparece sem pressa, e depressa leva o que é meu
Na boca um beijo e no abraço
Meu braço, não sei qual
A gente se misturando, feito leite e café
Menina do balaio - O Teatro Mágico


"Quais são teus medos, guria linda?", foi minha vontade de te perguntar quando mirei seus olhos cor-de-mel analisando minha barba mal-feita na quarta-feira chuvosa. Aqui, você sabe, chove direto e é mais uma chance de ficar trancado com você e saborear teu café com gosto de amor quente. Você enrolava os cabelos com a ponta dos dedos - como se quisesse cachear cada uma das mechas do teu cabelo ondulado-sem-definição que eu adoro bagunçar quando te beijo na marra segurando firme a sua nuca. Com uma interrogação crescente nos olhos, você é um mistério para mim. Admito, pois, que quero devassar seus temores e fingir que quando eu te abraço você sente que pode fazer qualquer coisa no mundo - mesmo que eu esteja fantasiando, mesmo que tudo seja só coisa da minha cabeça. Você segura meu rosto entre as mãos e eu me preparo para um frase de efeito sua ou qualquer coisa que soe mais séria. Então eu creio que minha expressão denuncie um pavor interno - de discutir relacionamento, de você querer especular meus sentimentos - pois você ri ainda vidrada nos meus olhos como se soubesse o quanto eu não sei demonstrar o que sinto com você. Ri e me beija divertida com toda a situação e encabulamento que me causa em apenas 3 segundos.
Não nego também a minha grande tara pela sua bunda redonda e perfeita, pelos teus quadris e barriguinha lisa em que gosto de passear meu dedo indicador em linha reta até atravessar o vão do umbigo, reparando em como tua pele se arrepia pelos lugares tocados. Até você encolher a barriga e cobrir com as mãos de vergonha. Vergonha de quê, mulher? Se teu corpo tem o formato perfeito pra se encaixar no meu. Se eu sei o efeito de falar palavras soltas no seu ouvido, se eu sei os lugares exatos aonde tocar pra te deixar lá no céu. Te fazer minha por desvendar segredos que nenhum outro homem saiba a respeito de ti. Por reparar na maneira como você anda charmosa mas sem rebolar muito. Saber que você sempre veste a calça antes da camiseta, que adora dançar de cabelo solto para jogá-lo com as mãos e fazer pose durante a música. Aliás, naquela manhã de domingo eu passei pela sala a tempo de te ver dançando e cantando com o microfone (controle remoto da televisão) em pulos animados pelos cantos. Fiquei embasbacado em te ver ali, toda destrambelhada provavelmente se achando tão sexy quanto a Beyoncé em cima de um palco. E era até mais do que ela, se quer saber, pelo simples fato de ser quem você é. Eu queria ter uma máquina fotográfica naquela hora, só pra guardar escondido o show que você deu. Mas, brincadeiras à parte, você me faz mais forte, mulher.
Me encho do perfume do seu cabelo a noite inteira quando durmo abraçado ao teu corpo, como se fôssemos um só. Admiro tua garra, tua maneira de deixar as coisas mais leves, menos tensas. E aquela vez em que, quando você lavava a louça, eu me esgueirei de fininho, cheguei por trás de você e grudei minhas mãos na sua cintura? Você deu um pulo de susto e logo começou a rir, se arrepiando inteira por eu ter te dando um cheiro no cangote. E adoro causar essa sensação de espanto e cuidado contigo, demosntrar - mesmo que não seja por palavras - que eu vou cuidar de você daqui por diante. Eu quase fico esmagado pela sua maneira de parar com a mão na cintura e medir de cima a baixo largado no sofá, dizendo "seu folgado!" até eu te puxar pra perto de mim. Ouço até mesmo suas reclamações da chuva que estraga o cabelo, de não ter tido tempo de fazer as unhas, de como o trânsito anda péssimo de manhã e das catástrofes acontecendo por todo o planeta. Eu só escuto meia-sola pensando na verdade por que diabos você tem que ficar tão linda com aquele meu camisetão escrito "lembrança de Bombinhas" que você usa para dormir. Me apaixonei pelo jeito que você aquieta o cabelo atrás das orelhas enquanto fala sem perceber que eu reparo tanto em você.
Não quero que você tenha dúvidas em relação a mim. Eu também não tenho nem idéia de como vai ser agora, do que vamos fazer com a vontade louca de nos vermos e nos termos sem o tempo que necessitaríamos para nos saciarmos um do outro. Mas nossos corpos combinam numa soma perfeita, mulher. Você que lê tanto e sabe de tantos autores, que se delicia com os romances dos livros, agora sente na pele como é amar de verdade. Você que me manda tantos trechos singulares me desmistifica adivinhando meus pensamentos. Me desarma quando descobre o que eu sinto daquela tua maneira indireta de mandar "uma frase que tem tudo a ver" comigo. Eu quero que todas essas palavras de amor, loucura e paixão eu faça você sentir. Te cobrir de beijos tão verdadeiros quanto o meu bem-querer por ti. Que você saiba que é linda até mesmo com sono e olheiras por conta da rotina pesada. Que eu amo as pintinhas que você tem nas costas, que adoro o jeito livre que você fala e ri. Que não tenho pudor em dizer que te amo, de cima pra baixo e ao contrário também. Com todas as letras. Que você saiba, mulher, que o que eu quero agora é ficar com você. Presta atenção em mim agora, que eu vou repetir: e-u-q-u-e-r-o-f-i-c-a-r-c-o-m-v-o-c-ê. Então chega de paranóia. Você sabe de todas as minhas fraquezas, e eu tô me rendendo à tua mordida leve no meu queixo agora. Tô me rendendo ao bonito que é te ver me puxando pra dançar na cozinha enquanto esperamos a água do macarrão ferver. Me rendo à você e aos seus olhos cor-de-mel interrogativos que me fitam como se eu fosse teu homem. É, na vedade eu sou. Eu sou teu homem, mulher.

Clarissa M. Lamega
 
Só enquanto eu respirar. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino