segunda-feira, 7 de junho de 2010

Medo: paciente sem hora marcada



Eu sou tão arisca que tenho medo de qualquer coisa que se mexa, inclusive - e principalmente - um coração que bata próximo ao meu. Sempre fui assim meio bicho do mato, quase que selvagem, sabe? Mas nesses raros momentos em que isso se comprova, levo o susto de saber que realmente se é. E quero gritar, fugir, correr, ficar e aceitar tudo ao mesmo tempo. Sabe quando a gente quer muito uma coisa, e quando está a um centímetro de alcançá-la dá vontade de largar tudo e sumir? É um medo tão íntimo, quase que um medo de ser feliz. Mas a gente não devia ter medo de ser feliz, não mesmo. Medo de arriscar, de se jogar, de deixar fluir e viver o agora. Sua mão está estendida aqui e agora, e eu que esperei tanto não sei se serei capaz de segurá-la. Não consigo definir esse bicho de sete cabeças que se esconde em tudo o que seja próximo de um estado pleno de felicidade, esse frio na barriga que deixa a gente com medo. Normalmente, em tudo, eu diria SIM, quero, vou entrar nessa e me jogar, e achei que agora também diria sim. A pergunta foi feita e estou paralisada diante de tudo querendo sumir para não responder, recebendo uma descarga de adrenalina como se fosse o fim do mundo chegando. Pra dizer bem a verdade, é longe, muito longe do fim do mundo - e pode até ser o começo de tudo. O coração tá batendo, não pára, e tudo pulsa em pegar ou largar. Pegar ou largar? Fugir ou ficar?

Clarissa M. Lamega

1 comentários:

Amanda Arrais disse...

'Eu sou tão arisca que tenho medo de qualquer coisa que se mexa, inclusive - e principalmente - um coração que bata próximo ao meu.'

Bate o medo de de repente eles baterem no mesmo compasso, unidos. Medo de estar vulnerável, eu acho.

Pegue. Fique. :)

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