sábado, 16 de janeiro de 2010

Tentando achar vida no mundo



Eu acho mesmo que o mundo tá precisando de ajuda. Não com toda essa história de salvem o meio ambiente, mas com as pessoas. O grande problema é essa gente que está esquecendo de viver. Viver é a coisa mais magnífica e linda que pode acontecer, mas ninguém mais vive.
Respirar simplesmente não é viver. Viver é agarrar todas as oportunidades, agarrar todos os sorrisos, agarrar essa vontade de ser feliz e agarrar a vida. As pessoas precisam dessa tara por rir até doer a barriga, tara por namorar e tara por sorrir pra todo mundo na rua dando bom dia. O mundo todo ta precisando dançar loucamente sem pensar no amanhã, o mundo precisa acordar e ver que o tempo passa e o que resta é aproveitá-lo. Para constatar essa ausência de vida, basta olhar por um buraquinho e enxergar gente correndo e respirando trabalho, gente atrasada, gente que até já esqueceu de olhar o céu azul e o solão lá fora, gente que mata por dinheiro, gente que rouba por drogas, gente que mente pra prejudicar alguém, gente que mente para si próprio. E aí você se pergunta o que está fazendo no meio desse povão que faz tudo pra sobreviver, mesmo sem viver.
Cadê aquela galera indo num parque aproveitar o sol? Cadê os pais que entendem e conversam com os filhos sem precisar brigar? Cadê as pessoas que não desejam mais que o bem para as outras? Tá tudo tão maluco hoje em dia que talvez essas coisas nem existam mais. E eu to sentindo um sufoco de tranqüilidade, uma falta enorme de ar puro e pessoas que não sejam tão piradas quanto o resto do mundo. Quero dançar até amolecer o corpo, quero gritar pra tirar esse aperto, quero pular e me esgoelar pela rua pra todo mundo fazer o que der vontade, quero beijar e achar alguém que me faça mais bem do que mal, quero rir pra todo mundo, quero brincar de pega- pega correndo no meio da Marechal, quero pintar os muros de colorido, quero abraçar o mundo inteiro. Mas desse jeito, todo mundo vai me olhar como se a maluca fosse eu. Sendo que eu só tô tentando saciar minha gana de vida e de cor desse mundão gigante.
Veja bem, se as pessoas deixassem de se preocupar tanto em prejudicar as outras, como tudo não seria mais fácil? Mas não, tem que haver inveja, morte, tiroteio, intrigas. Sem essas coisas, nem reconheceríamos nosso planeta, porque todas as pessoas estariam apenas tentando ser feliz. Esqueça o dinheiro, esqueça o atraso, esqueça seu amigo invejoso, esqueça tudo que é considerado normal e seja feliz. Jogue pra cima essas besteiras e faça o que der vontade, nem que você seja passado por maluco, porque você vai estar feliz demais pra lembrar disso.
Mas ao invés de viver intensamente cada minuto, invés de dar as costas pra toda a humanidade pra poder sorrir e viver mais, você só se olha no espelho e imagina que é apenas um pensamento bobo. Escova os dentes e vai trabalhar, vê os mesmos rostos apagados pelo caminho, vê o mesmo mundo cinza de sempre, e segue as regras da “normalidade” pregadas por essa sociedade que tem uns parafusos soltos. Tô mesmo indignada com esse mundo brega movido a dinheiro. Bom mesmo é se a gente pudesse viver jogando purpurinas pro alto sem medo de tropeçar e se esburrachar no caminho.


Clarissa M. Lamega

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